Do meu casulo...


"No fundo, é isso, a solidão: envolvermo-nos no casulo da nossa alma, fazermo-nos crisálida e aguardarmos a metamorfose, porque ela acaba sempre por chegar" (August Strindberg)


Este foi um final de semana de claustro. Passei praticamente todos os dias em casa, apenas os eventos vespertinos: Grupo Vocal, Mocidade, Esde no sábado á tarde e o almoço com os meus irmãos no domingo, me tiraram daquele que parecia ser um momento de introspecção. Minha mãe está viajando, e eu, sem colinho até quinta. Papai passou praticamente o domingo todo no rancho da tia Tereza e a Dolly foi a minha companhia amiga e fiel.

Permiti-me então ficar no meu casulo, escondida entre os meus livros e meus papeis. A minha cama ficou desarrumada nesses dois dias e ainda se podia sentir o cheiro suave do meu perfume que ficou impregnado em todo o meu quarto desde sexta-feira. É, eu bem que tentei não sair na sexta, mas é quase impossível. Rodamos de carro, as meninas e eu, quase 02 horas – Hilário – A gente consegue se divertir até procurando um barzinho, em meio aquele congestionamento de gente e carros – parecia que Belo Horizonte toda havia migrado em massa para a Savassi – nenhuma vaga pra estacionar – Mas tudo, tudo mesmo, é festa!

Entretanto, eu estava cansada da nightlife e preferi, no restante dos dias, o reduto do meu quarto e suas paredes azuis. Acabei-me de chorar numa overdose de comédias-dramas-romanticos, mergulhei em poemas de Florbella Spanca e crônicas de Rubem Alves, dei aos meus ouvidos o deleite de Maria Rita, de Pedrinho Miranda, de Skank e Kid Abelha, misto de tudo e sentimentalismo puro.

E dali do meu casulo eu vi passar o dia e a noite, fiquei esperando o momento, crucial e inevitável, onde eu teria que sair daquele meu manso regaço, da minha fase de crisálida e me mostrar, borboleta, para o mundo. Em alguns momentos preciso fazer isso, parar, hibernar. Porque muitas são as vezes que do meu casulo eu vejo melhor o mundo lá fora...

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Postsriptum:


Caros Amigos, prometi no meu comentário sobre o último post - Ahhh voltem sempre nos posts que vocês comentam, eu sempre deixo recadinhos lá - que iria falar mais sobre o Samba...Mas este é um assunto para o próximo post. Lembrando que logo, logo...Tem conto novo!

O que seria de nós sem aqueles amigos, únicos e especiais?!
Torres, já arrumei - Odeio o corretor ortográfico do Word - Deixo aqui os meus agradecimentos, amo você Honey, nem imagina o quanto! Obrigada Sempre!


Abraços Saudosos,

Comentários

Anônimo disse…
Belíssimas palavras!
Anônimo disse…
Vc..em casa no final de semana?!
Difícil de acreditar.
Mas foi interessante o exercicio de te imaginar de pijama, aquele de estampa de bonecas, camiseta, chinelo, cabelo preso de qualquer jeito, cantando um samba de Noel...
Sozinha...Porque quer Bailarina, só porque quer.

Saudades do seu cheirinho de pitanga doce.

Beijo,

Ps: Não me peça discrição Cinara. Afinal, isto aqui é, ou não é, um blog aberto ao mundo?
Bailarina disse…
Então...
Obrigada pela visita!

Victor Hugo Della Rosa...eu juro por Deus que eu ainda te mato! Vc não tem jeito! Saudade viu!Bjooo
Anônimo disse…
Miga, adorei este. Neste momento te entendi muito bem. Acho que passar alguns momentos com a gente é essencial, olhar para dentro, curtir só o que sozinha se poderia curtir...seja alegria ou tristeza, música, livros, cachorros ou o seu próprio cheiro.
Andreia

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