2007
"Um brinde a mim, que já
passei por tanta merda e continuo aqui, de pé."
[Tati Bernardi]
Não. Você não leu errado nem
tampouco eu estou atrasada. O título é esse mesmo: 2007. Mas falar de 2007 quando
2012 nem bem chegou parece coisa de quem vive de passado num saudosismo
medíocre.
Mas sim. Saudosismo por falar de
2007 é inevitável. 2007 foi um daqueles anos que nunca deveriam ter acabado.
Vida profissional, pessoal, amorosa e social em perfeito estado de graça, um
entra e sai de boas notícias, boas surpresas, expectativas superadas e mais um
sem número de coisas fantásticas acontecendo. Se fosse eleger o ano da década
sem dúvida alguma, seria 2007.
Passei um 2011 de merda, me
desculpem os mais puritanos, mas é verdade. Foi um ano onde fiquei fora de BH
num ritmo louco de 12 horas de trabalho, e nem o cenário de praia contribuía pra
amenizar as coisas. Foi um ano onde minha vida se viu balançada, vi meus pais
ficarem doentes, descobri que embora fisicamente não pareça os anos também
passam pra mim (e pra eles), que todo aquele frescor de 10 anos atrás deram lugar
as frustrações dos quase 30. Me vi apaixonada novamente e vi meu coração, também
novamente, se desfazer naqueles mesmos pedaços de vidro duralex de tempos atrás. Vi que faltou foco, faltou saída, faltou
direção. Sobrou então ciático inflamado, crise de stress e uma receita
controlada nas mãos. Foi impossível não querer voltar pros tempos felizes de
2007.
Mas saudosismo não enche barriga.
Saudosismo não dá futuro. Saudosismo não nos leva à lugar algum. Então eu
resolvi que mesmo com tudo de ruim que aconteceu em 2011, havia um sem número de coisas das quais
eu poderia colocá-lo no hall dos anos bem vividos da minha vida. Foi a
felicidade estampada na cara de quem pela primeira vez assina um contrato de trabalho dos meus
treinandos em Recife, foi alegria de voltar pra casa e ouvir que eu estava
fazendo falta, foi a certeza de saber que eu tenho amigos realmente muito,
muito bonitos e isso por si só faz de mim uma pessoa muito rica. Foi ter
novamente o prazer de sair de férias e viajar pra um lugar que eu não conhecia,
foi ter visto que eu havia superado aquela paixão e finalmente havia me
refeito, foram as incontáveis noites de #PPT consolidadas nas terças-feiras,
foram as pessoas que eu tive o prazer e satisfação em conhecer e que se
fosse listar por certo deixaria alguém de fora. Foi largar a terapia, foi começar a fazer
análise, foi descobrir que os problemas são completamente normais e tratáveis,
mesmo que seja à base de Razapina ou
como eu prefiro chamar, meu ‘segurador-de-onda-inibidor-de-surto’. Foi o show do Chico, foi cada lágrima
derramada (e olha, não foram poucas) e foi cada vez que eu tive uma mão, um
ouvido e sobretudo, um ombro amigo pronto pra me apoiar e não só concordando
com minhas mancadas, mas me dizendo não o que eu gostaria de ouvir, mas sim o
que eu precisava ouvir. Foi todas as coisas que eu deixei de fazer, mas foi
também todas as coisas que eu comprei a briga, fiz e me orgulho do feito.
2011 pode não ter sido o melhor
ano da minha vida, acho que esse lugar ainda é de 2007. Mas já passou. Agora
que venha 2012, prontinho, com seus 365 dias novinhos em folha, pronto pra ser
o melhor e desbancar qualquer um que seja, sendo assim, seja muito bem-vindo, à
você 2012 todas as esperanças renovadas e toda vontade de quem apesar dos pesares continua de pé e quer tudo de
melhor da vida: sempre!
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Postscriptum:
Feliz 2012, caros amigos!
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Trilha Sonora:
'Voltar com a maré, sem se distrair, tristeza e pesar, sem se entregar, mal , mal vai passar, mal vou me abalar(...)'
Mar de Gente (O Rappa)
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