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Luto

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Para L.A.B.N “Deixe as más histórias falecerem e escreva na lápide: aqui jaz a personificação da má escolha.”  “E me despeço com afeto, porque o ido já não está contido. Hoje eu enterro o que morreu para celebrar o que está vivo. Eu sou alguém que me tem.” (Marla de Queiroz) Então eu entrei na igreja e coloquei seu nome na intenção de missas de 7º dia. Eu vestia preto, cor que se pede ao luto. Não era proposital, embora nem fosse necessário desde aquela fatídica terça-feira, onde tudo andava negro pra mim. Não tive tempo para velório. Juntei o espólio - a herança que eu não queria herdar - doei tudo que era meu. O que era seu eu despachei pra sua casa num pacote pardo, sem remetente ou destinatário. Você morreu naquele dia. Era quarta feira, fim de inverno, fazia frio, mas não chovia. Pareceu-me um bom dia para alguém morrer.  Não foi morte propriamente dita, você morreu porque passou a não existir pra mim. E toda morte dói. Embarga a voz, dá um nó na garganta.