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Mostrando postagens de setembro, 2007

Do meu casulo...

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"No fundo, é isso, a solidão: envolvermo-nos no casulo da nossa alma, fazermo-nos crisálida e aguardarmos a metamorfose, porque ela acaba sempre por chegar" ( August Strindberg ) Este foi um final de semana de claustro. Passei praticamente todos os dias em casa, apenas os eventos vespertinos: Grupo Vocal, Mocidade, Esde no sábado á tarde e o almoço com os meus irmãos no domingo, me tiraram daquele que parecia ser um momento de introspecção. Minha mãe está viajando, e eu, sem colinho até quinta. Papai passou praticamente o domingo todo no rancho da tia Tereza e a Dolly foi a minha companhia amiga e fiel. Permiti-me então ficar no meu casulo, escondida entre os meus livros e meus papeis. A minha cama ficou desarrumada nesses dois dias e ainda se podia sentir o cheiro suave do meu perfume que ficou impregnado em todo o meu quarto desde sexta-feira. É, eu bem que tentei não sair na sexta, mas é quase impossível. Rodamos de carro, as meninas e eu, quase 02 horas – Hilário – A gent

Eternal Sunshine...

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Confesso. Eu ainda penso nele. Penso sim. E penso, geralmente quando estou sozinha, absorta, quase desligada do mundo lá fora. Mas agora ele me veio à cabeça, de uma forma tão intensa que pude sentir o cheiro amadeirado daquele perfume que ele usa. Ouvi sua risada tímida, sua voz macia. Senti a sua mão segurando com força na minha, sua barba por fazer roçando de leve meu rosto e seu nariz tocando no meu – o computador na minha frente só é uma tela onde revejo momentos – Eu aqui, com tanta coisa pra fazer quando me vem aquela música de Caetano na cabeça – Ah, esse cara tem me consumido. A mim e a tudo o que eu quis...Com seus olhinhos infantis...Com os olhos de um bandido... - Preciso, realmente preciso, voltar ao trabalho... Admito. Eu quero pensar nele. Quero pensar no que poderia ter sido. No que não foi. Quero pensar que ele era exatamente o que eu queria. Quero perder meu tempo pensando em alguém que não merece. Quero pensar no desejo, na vontade, na libido e em tudo que ele acend

Dos opostos e iguais...

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Um conto sobre a queda da teoria física. “ Olho os teus olhos/ Se perdendo na verdade/Nós dois tão opostos/Juntos na mesma verdade/Eu não sou como você/Amar não precisa aparecer/Eu amo/E sou assim como você” (Fotografia - Ana Carolina e Elder Costa) Nem eles acreditavam que pudessem ser tão parecidos - O “Casal 20 moderno” - diziam os amigos. Alguns diziam que havia até certa telepatia entre eles. Outros, que a química era perfeita. E no início tudo era o céu. Ela gostava de samba. Ele também. Ela gostava de tardes de sol e sorvete de casquinha. Ele também. Ela gostava de dirigir, de andar descalça, de cachorros. Ele Também. Ela amava aquela cidade, suas ruas e seus lugares. Ele também. De poetas espanhois, franceses, portugueses e brasileiros, Ela gostava e ele também. Gostavam da boa música, cinema e comida japonesa. Gostavam de bebida destilada, de gelo e de energético. E gostavam-se, um do outro, reciprocamente. E os iguais se atraíam . Nunca acreditaram na tal teoria da física.