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12.05.2016

Querida Democracia, Me desculpe os versos simples, queria dizer adeus. Não sei quando você voltará, se é que volta. Queria também pedir sinceras e sentidas desculpas, por tratarmos-te de maneira tão vil. Somos um país relativamente jovem, ainda carregamos o instinto atávico servil e passivo, resquício do passado colonialista,  e vivemos na eterna dialética do senhor e escravo, onde os senhores, 500 anos depois, ainda são os mesmos de outrora. Talvez o fato de sermos jovens, faça de nós inconsequentes, nos calando os ouvidos e a boca, tragando-nos à cegueira de conveniência a ponto de renegarmos a tua existência, ignorando o fato de que ao fazê-lo, renegamos também a nossa própria como sociedade. Talvez essa mesma juventude esteja tão transviada que reconheça como herói o teu algoz, transformando em mito aqueles que a subjugaram e, num paradoxo nada sutil, tenha como juízes de um crime aqueles que o cometem, enquanto o que é julgado nada tem que o coloque na condição