Eu sou assim



"Tenho tentado aprender a ser humilde. A engolir os nãos que a vida me enfia pela goela a baixo. A lamber o chão dos palácios. A me sentir desprezado-como-um-cão, e tudo bem, acordar, escovar os dentes, tomar um café e continuar." 
(Caio Fernando Abreu)

Não sei representar papéis. Acho que nasci pra viver sozinha. Não gosto de cozinhar. Gosto de crianças quando elas estão dormindo. Não tenho vocação pra Madre Tereza. Sou chata, tenho manias estranhas e gosto mais de cachorro do que de gente. Costumo ser radical com gosto musical. Tenho preguiça de gente prolixa. Na fila de distribuição de paciência eu não tive paciência pra esperar pela minha vez. Odeio que mexam nas minhas coisas, tenho horror à desorganização. Não ligaria de trabalhar num ‘aquário’ com um computador, uma mesa e uma cadeira, desde que pudesse ouvir minhas músicas sem fone de ouvido. Não nutro a esperança de casar, para isso precisaria de muito amor do outro pra aceitar aquilo que não consigo mudar em mim e por certo o incomodaria e, sinceramente, não acredito em amor tão abnegado. Mas gosto da efeméride, do vestido branco, da decoração e principalmente, gosto da fotografia de casamento porque elas congelam o momento da felicidade que, por certo, se perderá pelo caminho.
Sou nostálgica, melancólica e às vezes, pessimista. Gosto do minimalismo, do detalhe, do que é geométrico e singular. Gosto do que foge do óbvio ou simplesmente não está à vista. Coleciono papéis e canetas. Guardo coisas que me fazem recordar algum momento, mesmo aqueles que foram ruins. Tenho uma alma inquieta e o espírito livre. Passo por antipática fácil, costumo ser simpática só com quem gosto. Passo também por fria ou insensível quando na verdade tudo não passa mesmo é de praticidade. Acredito em mim e faço coisas por mim que ninguém mais faria e nem por isso me considero uma pessoa egoísta. Na prateleira, de vestido rodado e cabelo curto, até me ‘compraria’ mas devolveria dias depois já que chatice, mau humor e ‘ranzinzice’ são defeitos de fábrica. Às vezes me desligo do mundo, da multidão e das pessoas em volta, vou pra um universo paralelo e tenho vontade de ficar por lá.
Gosto de cerveja e de sair durante a semana, mas só freqüento lugares até que eles fiquem demasiadamente  – e insuportavelmente – conhecidos e cheios de pessoas que simplesmente não tem nada a ver com eles. Escrevo por necessidade muito mais que por vocação ou talento. Oscilo entre o bem e o mal tentando acertar nas minhas escolhas, erro muito mais que acerto. Sei separar sexo de amor, sendo a noite um sucesso ou um fracasso, não espero ligação no dia seguinte. Vivo às turras comigo mesma, gostaria de ser 5 quilos mais gorda, 10 centímetros mais alta, 5 milímetros menos ‘nariguda’ mas me sinto uma privilegiada por ter 28 e aparentar 20, por poder fazer verdadeiras ‘orgias’ gastronomias sem ter que preocupar com a balança no dia seguinte. Danço para manter meu equilíbrio interior e preciso da dança assim como preciso de ar.
Só me apaixonei por dois homens em toda a minha vida até aqui e felizmente - pra mim e para eles - não estamos juntos. Amo os meus amigos, embora não sejam muitos, e moveria céus e terras por eles. Sou ovelha negra, normalmente do contra, tenho humor ácido e levemente sarcástico e a custo me controlo. Não posso beber tequila, sou alérgica a camarão, sulfa e metais, mas minha maior alergia, definitivamente, é a estagnação e falta de pensamento crítico. Sou do samba e para o samba, sou do tamborim, da cadência no ritmo do coração. Sou um tanto de mim, um turbilhão que nem eu mesma entendo. Acostumada a ser como eu sou, sei ser de outro jeito não. É espada e escudo e é tudo assim, e esse tudo sou eu. Muito prazer, eu sou assim.
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Postscriptum:
Caros amigos! Juro que pensei em não postar nesse mês de aniversário:  TPM, inferno astral e muito trabalho acontecendo, o resultado é simples: falta de inspiração. O texto é antigo e ao mesmo tempo atual, vou falar de mim que é quem eu melhor conheço nessa vida. Pra quem sabe ou pra quem não sabe, essa aí sou eu, com certeza sem tirar, mas com muita pra coisa pra 'por'! Enfim, divirtam-se!
As comemorações dos #28 ainda ainda estão na fase de programação, em breve mando notícias!
Bjo grande - mas mau humorado! ;)

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Trilha Sonora:
"Eu sou assim, quem quiser gostar de mim eu sou assim(...)Meu mundo é hoje, não existe amanhã pra mim, eu sou assim, assim morrerei um dia. Não carrego arrependimentos, nem o peso da hipocrisia(...)"

Meu mundo é hoje (Paulinho da Viola_Wilson Batista)

Comentários

Anônimo disse…
Sua maior alegria é a falta d pensamento critico?
Anônimo disse…
Miopia. Esquece, vc escreveu alergia.KKKKKKKKKKKK
Bailarina disse…
Pois é, justamente por causa da 'Miopia' é que até fui no texto pra saber se havia escrito 'alegria' no lugar de 'alergia'...
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
sindro disse…
Oi Gostaria que conhecesse o meu blog de textos, agradeço desde já a visita, te espero lá.
Obrigado.
Gostei muito deste site e por isso resolvi colocar uma mensagem para conhecimento de todos. Já existe uma maneira de se fazer grampo de celular. Chama-se telefone espião. Você pode encontrar no site www.celularespiao.net

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